Sair de casa nos fins de semana é um tormento para muita gente, principalmente para as que têm carro.
O medo é um passageiro fiel.Você sai pelo portão apreensivo com um possível ataque de ladrões.Dirige atento à atitude dos outros motoristas e com a falta de noção das regras do trânsito de boa parte dos motociclistas.Perde a paciência com congestionamentos infinitos.
Chega o farol,está vermelho,você lembra de histórias de sequestros-relâmpagos,de vidas perdidas por causa de um relógio ou de um celular.E o semáfaro continua vermelho.
Um menino equilibra bolas de tênis.Outro joga água no pára-brisa.Você faz sinal que não quer,mas ele molha o vidro,passa o rodinho e quer uma moeda.O medo fala com você.A luz vermelha parece eterna.
Neste cenário aparecem dezenas de pessoas com papéis na mão.Se a janela está aberta,esfregam folhetos em seu rosto e te forçam a pegá-los.Quase todo mundo fica com as propagandas não por se interessar por elas,mas para se livrar do assédio até que o bendito sinal de trânsito fique livre.
No quarteirão da frente,amarelo, vermelho e o tormento se repete.
A situação descrita pode ser um exagero,mas a indentificação com a história é imediata para muitos.São cidadãos e consumidores que têm carro, que andam pelas ruas da Cidade de São Paulo e do grande ABC,e que são vistos pelos anunciantes em panfletos como presas fáceis de uma divulgação barata.
O bom empreendedor enxerga a chance na adversidade.Mas vivemos o medo no trânsito, e a panfletagem só colabora para aumenta-lo.A oportunidade,nesse caso,é discutir segurança nos semáforos,subemprego,trabalho infantil,pobreza,descaso de autoridades.
farol não é lugar de propaganda.
DGABC 17/06/08
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